O Brasil é um país privilegiado com um elevado potencial de crescimento econômico e social. Entretanto, a impressão geral é de estarmos marcando passo, patinando, à espera de um futuro que nunca chega. Nossos índices de crescimento econômico estão abaixo de nossas reais possibilidades.
Para um país com nossa população e extensão territorial, o avanço do PIB (Produto Interno bruto) nacional é tímido demais.
Afinal, que fatores inibem nosso desenvolvimento?
São vários, mas um, em particular, nos chama a atenção. Estamos nos referindo ao chamado ´´Custo Brasil“.
Esse termo abrange um conjunto de fatores que diminuem a competitividade da nossa economia, em comparação com a de outros países. Eles tornam nossos produtos e serviços mais caros, inclusive desencorajando investimentos internos e externos.
São dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas, dentre as quais podemos destacar a pesada carga tributária; processos burocráticos intrincados e demorados; insegurança jurídica; elevada taxa de juros e infraestrutura deficiente. O valor estimado do Custo Brasil, segundo o Observatório do Custo Brasil, é de R$1, 7 trilhão/ano. Isso representa o custo adicional que as empresas enfrentam para operar no país.

Analisando um desses fatores, a infraestrutura, é evidente como sua falta ou ineficiência aumenta o custo das empresas, sejam elas públicas ou privadas. Acaba por incidir nos preços finais e diminuir sua competitividade.
Para exemplificar, temos sérios problemas de logística e transportes. O Brasil é um grande exportador de alimentos, mas tem rodovias mal conservadas; a malha ferroviária insuficiente e obsoleta; as hidrovias ainda não atendem as necessidades de movimentação de carga; os portos e aeroportos funcionam com alto custo operacional.
Neste ano em que o Brasil vai colher a maior safra de sua história, não há locais para armazená-la em sua totalidade. Segundo a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) a colheita foi estimada em 336 milhões de toneladas de grãos, mas a capacidade dos armazéns disponíveis é de 212 milhões de toneladas. 124 milhões correm o risco de ficar sem espaço adequado de armazenamento. O alto custo do financiamento para a construção de armazéns e silos é um fator negativo. Esse gargalo pode trazer prejuízos e aumento dos preços para o consumidor final.
O fato de nosso país ser um dos maiores exportadores de commodities do mundo é fator de equilíbrio na balança comercial. Mas, para manter sua sustentabilidade é preciso fazer mais, muito mais.
Por Gilberto Silos.














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