Mês marca transição gradual de um clima mais frio e seco para outro mais quente e úmido, diz meteorologista
Setembro deverá ser um mês de temperaturas acima da média em boa parte do país, assim como deverá haver registro de chuvas em muitas regiões. É o que indica a previsão climática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O meteorologista Wanderson Luiz Silva, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirmou que setembro é um mês que marca o início da transição de um clima mais frio e seco do inverno para um clima mais quente e úmido do verão, mas de maneira gradual.
Ainda segundo ele, em função de uma frequência um pouco maior de frentes frias, os acumulados pluviométricos devem ficar um pouco acima da média na região Sul do país.
Os mapas meteorológicos do Inmet confirmam.
Especialmente nas regiões do Pará, Mato Grosso, leste de Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais, setembro será de clima quente.
Destaque para o sudoeste do Pará e a divisa de Goiás com Minas Gerais, onde as temperaturas podem alcançar até 1,5 °C acima da média, variando entre 27 °C e 30 °C.
As temperaturas devem variar entre 22 °C e 27,5 °C no Nordeste , com áreas pontuais na região central de Pernambuco e sudeste da Bahia apresentando valores entre 17 °C e 20 °C.
Para a Região Sudeste, são previstas as temperaturas médias acima de 15 °C em áreas do centro-sul de Minas Gerais , Rio de Janeiro, Espírito Santo e centro-leste de São Paulo.
Temperaturas mais elevadas são esperadas nas partes central e oeste de Minas Gerais.
Já a Região Sul deve apresentar temperaturas dentro da média, exceto no Paraná, onde aelas devem subir até 0,6 °C acima da média.
Nessa região, devem predominar temperaturas entre 12 °C e 17 °C, com temperaturas mais baixas no Rio Grande do Sul e na divisa com Santa Catarina, onde as médias podem ficar abaixo de 12,5 °C.
No Centro-Oeste, as temperaturas médias devem ficar acima de 22,5 °C em todos os estados, com exceção do sul do Mato Grosso do Sul, onde as médias podem ficar acima dos 20 °C.
Chuvas
O Inmet aponta acumulados de chuva acima da média histórica em praticamente todos os estados.

Em áreas isoladas do norte e sudoeste do Paraná podem ocorrer chuvas próximas à média histórica de setembro.
Mas o destaque é para a porção central de divisa entre as mesorregiões do Noroeste e Nordeste Rio-Grandense, em que são previstos volumes de chuva acima de 200 mm para o próximo mês.
Norte e Nordeste
Ainda segundo os mapas meteorológicos do Inmet, volumes de chuva acima de 160 mm também são previstos para o norte do Amazonas , bem como acumulados acima de 100 mm para o extremo nordeste do Pará.
Entretanto, em diversos setores da Região Norte, estão previstos volumes de chuva de até 50 mm abaixo da média histórica, incluindo grande parte de Roraima, centro-sul do Pará, porções centrais do Acre e Rondônia e em áreas isoladas do Amazonas.
Para a Região Nordeste, majoritariamente, os valores previstos ficarão em torno da média histórica em praticamente todos os estados, exceto no nordeste da região costeira da Bahia, onde são previstos volumes de chuva de até 50 mm abaixo da média histórica.
Centro-Oeste, Sudeste e Sul
Para as regiões Centro-Oeste e Sudeste, de acordo com o Inmet, são previstos volumes de chuva próximos à climatologia.
Exceções ocorrem nos setores sudeste e sudoeste de São Paulo, extremo sul de Minas Gerais e sudeste do Mato Grosso do Sul , com estimativas de volumes até 50 mm acima da média. Por outro lado, prevê-se chuva abaixo da média histórica para o setor oeste do Mato Grosso do Sul.
Impactos na agricultura
Na Região Norte, o prognóstico climático do Inmet para setembro indica elevação das temperaturas do ar em grande parte da região, com totais de chuva próximos à normalidade.
Sob estas condições, os maiores impactos recaem sobre as culturas permanentes como cacau, açaí e a fruticultura tropical, além das pastagens.

O Inmet ressalta ainda maior vulnerabilidade no sudoeste do Pará, Roraima e Acre, onde a reposição hídrica tende a ser limitada.
“Essas condições propiciam o estresse hídrico que pode resultar em perda de produtividade e redução da disponibilidade de alimento ao rebanho”, adverte o instituto.
Na Região Nordeste, a previsão de chuvas próximas a média na maior parte do território, pode beneficiar as safras de feijão e milho, favorecendo o suprimento hídrico necessário e garantindo o enchimento dos grãos.
Entretanto, na porção norte do litoral da Bahia e do Rio Grande do Norte as chuvas abaixo da média, associadas a temperaturas mais elevadas, eleva o risco de déficit hídrico, especialmente para lavouras de sequeiro e para a formação de pastagens nessas regiões.
Na maior parte da Região Centro-Oeste, a previsão indica anomalias de precipitação próximas à normalidade, mas com temperaturas de 0,6 °C a 1,5 °C acima da média.
“Essa condição pode favorecer as atividades de colheita do milho segunda safra e do algodão, reduzindo riscos de perdas por excesso de chuvas. Entretanto, para áreas de soja em implantação e para o feijão de terceira safra, a combinação de temperaturas mais altas e baixa umidade relativa pode comprometer a germinação e o enchimento de grãos, necessitando de adoção de práticas conservacionistas no solo e um manejo racional da irrigação”, diz o Inmet.
Já na Região Sudeste , as chuvas previstas próximas da média devem beneficiar a colheita do café e da cana-de-açúcar, reduzindo riscos de perdas por excesso de umidade no solo.














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