Líder da oposição na Venezuela é conhecida por sua atuação em prol da democracia em seu país
Este ano, o Comitê do Nobel decidiu conceder o prêmio da paz à principal voz de oposição e denúncia à ditadura na Venezuela: María Corina Machado. A escolha anunciada nesta sexta-feira (10) despertou ainda mais o interesse mundial pela trajetória da líder venezuelana, conhecida por sua atuação política firme em defesa da democracia de seu país. A seguir, conheça os principais marcos de sua história.
María Corina Machado nasceu em 1967, em Caracas, em uma família tradicional da elite venezuelana ligada à indústria siderúrgica. Graças às boas condições financeiras, teve acesso a uma educação de prestígio e formou-se em Engenharia Industrial pela Universidade Católica Andrés Bello em 1989. Mais tarde, especializou-se em Finanças pelo Instituto de Estudos Superiores de Administração e em Políticas Públicas pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
Em 2010, ela foi eleita deputada mais votada da Assembleia Nacional, pelo estado de Miranda. Sua atuação contra o abuso de poder e a corrupção governamental despertaram ainda mais a insatisfação do regime chavista, e em 2014 ela teve seu mandato cassado, sob acusação de conspiração por ter participado de uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) e por liderar protestos conta o governo.
Apesar da repressão e ameaças, Corina permaneceu na Venezuela, dedicando-se a liderar o partido Vente Venezuela, co-fundado por ela em 2012. Em outubro de 2023, venceu as eleições primárias da oposição com mais de 90% dos votos e foi escolhida para enfrentar Nicolás Maduro nas eleições de 2024.
No entanto, ela foi impedida de concorrer pela Justiça venezuelana – controlada pelo regime chavista – em junho de 2023, tendo sido desqualificada para concorrer a cargos públicos por 15 anos. Corina decidiu então apoiar a candidatura da filósofa Corina Yoris, que também acabou tendo sua inscrição barrada pelo governo venezuelano.
Por outro lado, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado por Maduro, declarou a vitória de Maduro por 51,2% dos votos contra 44% de González Urrutia. O órgão nunca chegou a publicar as atas que comprovariam o suposto resultado.
Discreta em relação à sua vida pessoal, Corina foi casada de 1990 a 2001 com o empresário Ricardo Sosa Branger, com quem teve os filhos Ana Corina, Ricardo e Henrique. Os três moram no exterior por questões de segurança.
– Tirei meus filhos daqui anos atrás, porque comecei a receber ameaças de morte. Sinto culpa por não poder estar presente na vida deles. É como se estivesse falhando como mãe. Mas sair daqui não dá. Num momento como este, não posso deixar para trás a luta pela democracia – declarou ela, em entrevista à revista Veja no último ano.














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