Muitas vezes, o diagnóstico do autismo chega tarde — e uma das principais razões é o olhar limitado que ainda persiste dentro da própria área da saúde. Existe uma crença equivocada de que o autista só é reconhecido quando manifesta comportamentos mais intensos ou visíveis, como a autoagressão, o ato de se cortar, se machucar ou demonstrar explosões externas.
Mas o autismo vai muito além daquilo que os olhos conseguem ver. O matchdown, por exemplo, é um tipo de colapso interno, silencioso, profundo — onde o indivíduo não explode para fora, mas implode por dentro. É quando o corpo e a mente entram em exaustão, e a pessoa simplesmente desliga emocionalmente, se cala, se afasta, se desconecta.
Esse tipo de crise passa despercebido por muitos profissionais, porque não há gritos, choro ou ferimentos. Há silêncio. Há um cansaço invisível, uma retração que parece “calma”, mas na verdade é um grito abafado da alma. E é nesse silêncio que muitos autistas adultos passaram a vida — sendo interpretados como tímidos, frios, distantes, preguiçosos ou desinteressados — quando, na verdade, estavam lutando diariamente para se manter funcionais em um mundo que exige deles o tempo todo um esforço sobre-humano de adaptação.
O matchdown revela a face invisível do autismo. Ele mostra que o sofrimento nem sempre vem acompanhado de sangue, lágrimas ou marcas no corpo — muitas vezes ele vem em forma de esgotamento, isolamento e culpa.
Por isso, é fundamental que os profissionais da saúde ampliem seu olhar. O autismo não é apenas o que se vê, mas também o que se sente — e muitas vezes, o que se cala. Reconhecer isso é dar voz a uma dor que, por anos, foi silenciada.
O que acontece durante um meltdown???
Perda de controle: A pessoa não consegue controlar suas reações e impulsos.
Sobrecarga sensorial/emocional: O estresse é causado por uma sobrecarga intensa de estímulos sensoriais (luzes, sons, cheiros) ou emocionais.
A pessoa fica incapaz de se comunicar ou de pensar claramente.
Diferença entre meltdown e birra
Um meltdown é uma resposta involuntária ao estresse, não uma tentativa de manipulação para conseguir algo.
Uma pessoa em meltdown não consegue parar de agir apenas com a oferta de um brinquedo ou outra recompensa.
O que fazer durante e após um meltdown
Mantenha a calma: A tranquilidade de quem está ao redor impacta a recuperação da pessoa.
Evite aumentar a ansiedade: Não exija respostas, não imponha estímulos extras e respeite o espaço da pessoa.
Remova os gatilhos: Se possível, afaste a pessoa do ambiente barulhento ou confuso para diminuir a sobrecarga sensorial.
Procure um local seguro: Leve a pessoa para um ambiente mais calmo e tranquilo.
O que fazer depois: Ofereça algo que proporcione conforto, como um chá ou um alimento de que goste, ou um filme/música que a relaxe.
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