Para alívio de alguns e angústia de outros, saiu a canetada de Trump impondo um tarifaço aos produtos originários do Brasil. O impacto econômico não foi aquele esperado, ou o pior possível. Cerca de pouco menos de 700 produtos da pauta de exportação não foram atingidos, ou seja, perto de 41%. Porém, segmentos importantes como café e carne não escaparam da taxação. Já itens como suco de laranja, celulose e os aviões da Embraer ficaram isentos. Mas, cautela é preciso. De um espírito errático como Trump pode-se esperar tudo, inclusive mudanças no próprio decreto.
Como justificativas no decreto presidencial encontramos alegações de que as ações do Brasil prejudicam as empresas dos EUA, a liberdade de expressão e a política externa; que se pratica a censura, abusos contra os direitos humanos e perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, e por aí vai. No mesmo balaio ele colocou questões econômicas e políticas, culminando na interferência em assuntos internos do Brasil, como nas decisões do judiciário. Isso é inaceitável, por ofender nossa soberania.

Na verdade, estamos diante de situações concretas com potencial para afetar a vida de milhões de brasileiros. Não é momento para retaliações ou atitudes precipitadas que podem levar a um cenário pior. O mais sensato é partir para a negociação em termos técnicos, com o governo procurando soluções para os setores tarifados, abrindo linhas de crédito e novos mercados. Não é o fim do mundo.
Por outro lado, o Brasil pode aprender lições importantes no meio dessa turbulência. O país tem ameaças e oportunidades pela frente.
Segundo alguns analistas econômicos, chegou o momento da economia brasileira ser mais competitiva lá fora, buscar novos mercados, implementar reformas e programas que aumentem a produtividade e iniciar um processo de abertura comercial.
Em décadas passadas, quando o comércio internacional vivia uma fase de grande crescimento, o Brasil manteve sua economia fechada, protecionista, com elevadas tarifas de importação. Perdeu uma valiosa oportunidade de fazer acordos comerciais. Seus índices de produtividade caíram e em consequência seu grau de competividade internacional.
Em 2024 o Brasil ficou em 24º lugar no ranking dos países exportadores, segundo o portal FAZCOMEX. É pouco para quem ocupa a 10ª posição no PIB mundial.
Talvez o efeito Trump seja o impulso necessário para o Brasil conquistar novos e relevantes mercados. Tomara que sim.
Por Gilberto Silos














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