Meteoro raro cruza o céu de São José dos Campos e impressiona pesquisadores

Um espetáculo incomum no céu chamou a atenção de moradores e especialistas em São José dos Campos na noite desta segunda-feira (15). Um meteoro com duração fora do padrão cruzou a atmosfera e foi captado por uma câmera localizada no bairro Jardim Augusta. O registro ocorreu às 23h09 e veio a público nesta terça-feira (16).

A responsável pelo equipamento, a doutora em geofísica espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Paola Lauria, explicou que o evento se destacou principalmente pelo tempo de duração, estimado em cerca de 13 segundos. Segundo ela, a maioria dos meteoros observados permanece visível por apenas um a dois segundos, o que torna o fenômeno registrado especialmente raro.

De acordo com a pesquisadora, qualquer luminosidade provocada pela entrada de um corpo espacial na atmosfera recebe a denominação de meteoro. No entanto, quando o objeto apresenta brilho intenso, trajetória prolongada e, em alguns casos, uma explosão ao final do percurso, ele passa a ser classificado como bólido. “Os bólidos são menos frequentes, pois exigem um corpo celeste grande o suficiente para resistir ao atrito atmosférico por mais tempo”, explicou.

Até agora, não existem evidências de que fragmentos tenham alcançado o solo. Mesmo assim, voluntários da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros analisam imagens de outras câmeras espalhadas pelo país para tentar reconstruir a trajetória do objeto. Para cálculos precisos sobre origem, percurso e velocidade, é necessário que o fenômeno seja registrado por múltiplas estações simultaneamente.

A velocidade exata do meteoro observado em São José dos Campos ainda não foi definida. Em geral, conforme destaca Paola, esses corpos entram na atmosfera terrestre a velocidades que variam entre 40 mil e 250 mil quilômetros por hora.

Além do valor científico, a pesquisadora ressalta o impacto social desse tipo de registro. O monitoramento contribui para o avanço do conhecimento sobre os corpos que atravessam o Sistema Solar e também estimula o interesse da população por fenômenos naturais, podendo despertar vocações científicas nas novas gerações.

Informações via CBNVale