O melanoma, tipo mais agressivo de câncer de pele, tem crescido de forma preocupante entre jovens brasileiros, segundo entidades de saúde. Antes mais comum em pessoas acima dos 50 anos, a doença agora aparece com frequência cada vez maior em adultos de 20 a 39 anos, impulsionada principalmente pela exposição excessiva ao sol e pelo uso de câmaras de bronzeamento — proibidas no Brasil desde 2009, mas ainda utilizadas clandestinamente.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram que o melanoma representa apenas 4% dos casos de câncer de pele, mas é responsável pela maioria das mortes relacionadas à doença. Em 2024, o Brasil registrou mais de 9 mil novos casos, sendo uma fatia significativa composta por jovens adultos, especialmente mulheres, que buscam padrões estéticos associados ao bronzeado intenso.
Mudanças estéticas e culturais estão entre os fatores de risco
Dermatologistas apontam que a cultura do “corpo dourado” nas redes sociais e a popularização de viagens a praias tropicais têm impulsionado comportamentos de exposição solar sem proteção adequada. Além disso, muitos jovens acreditam erroneamente que o câncer de pele é uma doença exclusiva de idosos, adiando consultas médicas e ignorando sinais iniciais.
O uso de bronzeamento artificial segue sendo um problema silencioso. Apesar da proibição, fiscalizações encontram clínicas ilegais operando equipamentos que aumentam em até 75% o risco de melanoma em quem começou a utilizá-los antes dos 30 anos.
Detectar cedo salva vidas
Especialistas reforçam que a maior arma contra o melanoma é a detecção precoce. A regra do ABCDE — assimetria, bordas irregulares, cores variadas, diâmetro maior que 6 mm e evolução da lesão — deve ser observada em pintas e manchas pelo corpo. Sinais como sangramento espontâneo, coceira persistente ou mudança rápida de cor e tamanho também merecem atenção imediata.
Quando diagnosticado no início, o melanoma tem taxa de cura superior a 90%. Já em estágios avançados, pode se espalhar rapidamente para órgãos vitais, reduzindo as chances de sobrevivência.
Prevenção ainda é a melhor estratégia
O uso diário de protetor solar com fator acima de 30, evitar o sol forte entre 10h e 16h, usar roupas de proteção UV, chapéus e óculos são medidas simples que reduzem drasticamente o risco. Para especialistas, campanhas de conscientização voltadas a adolescentes e adultos jovens são fundamentais para frear o aumento da doença.
Com a chegada do verão e o aumento das temperaturas em praticamente todo o país, profissionais de saúde reforçam o alerta: cuidar da pele hoje é garantir a saúde no futuro. A prevenção continua sendo o caminho mais seguro, eficaz e acessível para conter o avanço do melanoma entre a população jovem.














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