Data chama atenção para desigualdades que persistem no Brasil e em cidades como São José dos Campos, Taubaté e Jacareí.
Neste domingo (21), marca-se o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Segundo o Censo 2022 do IBGE, o analfabetismo atinge quatro vezes mais pessoas com deficiência no Brasil em comparação à população sem deficiência. Na Região Metropolitana do Vale do Paraíba, a disparidade é ainda maior e chega a até oito vezes nas cidades mais populosas da região.
Em São José dos Campos e Taubaté, 10,51% das pessoas com deficiência com 15 anos ou mais não sabem ler e escrever, contra 1,38% e 1,32% da população sem deficiência, respectivamente. Em Jacareí, a desigualdade é ainda mais acentuada: 11,69% contra 1,76%. Os números mostram que, mesmo em cidades reconhecidas como polos tecnológicos, industriais e universitários, milhares de pessoas com deficiência seguem afastadas da escolarização básica.
A desigualdade educacional não se restringe às salas de aula. Ela compromete o acesso a políticas públicas, oportunidades de trabalho, serviços de saúde e à vida cultural. Barreiras arquitetônicas, metodológicas, digitais, instrumentais e programáticas se somam a esse quadro, tornando o cotidiano das pessoas com deficiência um percurso repleto de obstáculos que a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) já reconhece como incompatíveis com a plena cidadania.
Mesmo quando há escolarização, os desafios permanecem. A informação muitas vezes não chega em formatos acessíveis — sem audiodescrição, legendas, interpretação em Libras, linguagem simples ou braile. Além disso, persistem barreiras atitudinais, como preconceito sutil, atitudes discriminatórias e a falta de preparo de equipes em empresas e instituições.

Para Luis Daniel, jornalista e diretor da LD Conteúdos, especializada em acessibilidade, o caminho para mudar essa realidade exige compromisso coletivo:
“O direito à participação plena passa pelo acesso à informação e pela remoção de todas as barreiras, físicas ou invisíveis. Sem acessibilidade, as desigualdades se perpetuam. É urgente que imprensa, gestores públicos e empresas da nossa região compreendam isso como um dever contínuo, e não como ação pontual em setembro”, afirma.
O 21 de setembro, portanto, deve ser visto como um chamado à ação: colocar a LBI em prática em todas as esferas da vida social, do poder público ao setor privado. Outras datas de setembro — como o Dia Nacional do Teatro Acessível (19), o Dia do Atleta Paralímpico (22), o Dia Internacional da Língua de Sinais (23) e o Dia Nacional dos Surdos (26) — reforçam a importância da acessibilidade em diferentes frentes. Mas é no 21 de setembro que essa mensagem ganha mais força: lembrar não basta, é preciso agir.
Sobre a LD Conteúdos
Fundada em 2022 e com sede em São José dos Campos, a LD Conteúdos atua em todo o Brasil com foco em acessibilidade e comunicação. Oferece serviços de audiodescrição, consultoria e assessoria de acessibilidade, treinamentos e produção de conteúdos acessíveis para o setor cultural, corporativo e público.














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