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    Dezembrite aumenta o risco da “síndrome do coração partido”

    Com o estresse e a ansiedade em alta no fim do ano, cardiologista Fernanda Douradinho alerta para os impactos emocionais e físicos da chamada Síndrome de Takotsubo

    O fim do ano costuma trazer uma mistura de emoções — prazos acumulados, metas não alcançadas, compromissos sociais e familiares. Essa sobrecarga emocional, conhecida popularmente como “Dezembrite”, não é apenas uma sensação passageira: ela tem impacto real sobre a saúde. De acordo com dados da International Stress Management Association (Isma-BR), o nível de estresse em dezembro cresce, em média, 75% em relação aos outros meses, enquanto a ansiedade aumenta cerca de 70% e os distúrbios do sono, 38%.

    A cardiologista Fernanda Douradinho alerta que esse cenário de tensão pode desencadear a Síndrome de Takotsubo, conhecida como “síndrome do coração partido”. “A Takotsubo é uma condição cardíaca geralmente provocada por um estresse físico ou emocional muito intenso. Ela causa uma dilatação transitória do ventrículo esquerdo, fazendo com que o coração assuma o formato de um vaso japonês chamado takotsubo, usado para capturar polvos — e que dá nome à síndrome”, explica a médica.

    Os sintomas podem se confundir com os de um infarto: dor súbita no peito, falta de ar, palpitações e sudorese intensa. “Esses sinais devem ser levados a sério. É essencial procurar atendimento médico imediato, pois somente exames específicos, como ecocardiograma e cateterismo, podem diferenciar a Takotsubo de um infarto verdadeiro”, orienta Fernanda.

    Segundo a cardiologista, a boa notícia é que o quadro costuma ter recuperação completa em poucas semanas, desde que o paciente receba o tratamento e o acompanhamento adequados. “O controle do estresse e o cuidado com o equilíbrio emocional são fundamentais para prevenir o problema e garantir uma boa recuperação”, destaca.

    Fernanda reforça que, para atravessar o fim do ano de forma mais leve, é preciso desacelerar e respeitar os limites do corpo. “O coração e a mente estão profundamente conectados. Atividades físicas, sono adequado, lazer e apoio emocional são estratégias essenciais para proteger a saúde cardiovascular”, afirma.

    “O fim do ano deve ser um tempo de pausa e autocuidado — não de exaustão. Cuidar das emoções é também cuidar do coração”, conclui a especialista.

    Sobre Fernanda Douradinho
    Fernanda Douradinho da Rocha Silva é médica cardiologista, formada em 2007 pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos (Centro Universitário Lusíadas). Realizou residência em Clínica Médica (2008–2010) e Cardiologia (2010–2012) no Hospital Ana Costa, em Santos.

     

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