A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a conta de luz voltará a ter cobrança adicional a partir de maio, com a aplicação da bandeira amarela. A tarifa terá um acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
De acordo com a Aneel, a decisão se deve à redução no volume de chuvas no período de transição entre as estações chuvosa e seca. “As previsões de chuvas e vazões nas regiões dos reservatórios para os próximos meses ficaram abaixo da média”, informou a agência.
Desde dezembro, os consumidores não enfrentavam custos adicionais nas faturas de energia elétrica. A nova cobrança reflete a expectativa de maior uso das usinas termelétricas, cuja produção é mais onerosa. “A previsão de geração de energia proveniente de hidroelétrica piorou, o que nos próximos meses poderá demandar maior acionamento de usinas termelétricas, que possuem energia mais cara”, declarou a Aneel.
O sistema de bandeiras tarifárias, implementado em 2015, tem como objetivo financiar o acionamento das termelétricas em períodos de escassez hídrica e, ao mesmo tempo, alertar a população sobre o cenário desfavorável de geração de energia.
“Com o acionamento da bandeira amarela, a Aneel reforça que é crucial manter bons hábitos de consumo para evitar desperdícios e contribuir para a sustentabilidade do setor elétrico”, acrescentou a agência, por meio de nota oficial.
O retorno da cobrança extra na conta de luz ocorre em um momento em que a inflação apresenta desaceleração, mas ainda permanece acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central. Esse fator aumenta as expectativas de uma nova elevação na taxa básica de juros em maio.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, encerrou o mês de abril com alta de 0,43%. O índice representa uma queda em relação ao mês anterior, embora os preços dos alimentos sigam exercendo forte pressão. No acumulado de 12 meses, a inflação atinge 5,49%.
Entenda o sistema de bandeiras tarifárias:
- Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia – não há acréscimos na tarifa;
- Bandeira amarela: condições menos favoráveis de geração – acréscimo de R$ 0,01885 por kWh consumido;
- Bandeira vermelha (Patamar 1): condições mais custosas de geração – acréscimo de R$ 0,04463 por kWh consumido;
- Bandeira vermelha (Patamar 2): condições ainda mais custosas de geração – acréscimo de R$ 0,07877 por kWh consumido.
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