A circulação do vírus Influenza voltou a crescer no Brasil nas últimas semanas, reacendendo o alerta às portas do verão. Informações divulgadas pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) apontam que a taxa de positividade chegou a 19,1%, o maior patamar desde junho. A tendência de aumento teve início na semana epidemiológica 32, entre 3 e 9 de agosto, quando o índice voltou a subir após um período de estabilidade.
O último pico registrado havia sido de 15,8%, reforçando o avanço recente da presença do vírus no país. A média móvel da semana mais recente está em 14,2%, indicando que a circulação permanece consistente.
Aumento não aponta maior gravidade
Segundo o patologista clínico Dr. Alex Galoro, que coordena o Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, o crescimento está diretamente relacionado à sazonalidade e ao nível de imunidade da população diante das variantes em circulação.
“Esse é um padrão esperado para doenças respiratórias. Aspectos sazonais e a imunidade coletiva influenciam muito o comportamento da Influenza após um período de baixa”, afirma.
O especialista enfatiza que a elevação da positividade não significa agravamento dos quadros clínicos:
“A taxa de positividade não indica aumento de sintomas; apenas reflete que, entre as amostras testadas, há maior proporção de resultados positivos — algo típico da sazonalidade.”
Testagem continua essencial
Com a presença simultânea de diversos vírus respiratórios, como Influenza e Covid-19, Galoro ressalta que o diagnóstico laboratorial segue indispensável para orientar o atendimento e minimizar a disseminação.
“O diagnóstico diferencial entre Covid-19 e Influenza continua sendo crucial. A testagem ajuda a definir condutas, ajustar medidas de isolamento e orientar o uso de antivirais e medicamentos sintomáticos”, explica.
Entre as recomendações do especialista estão:
uso de máscara ou isolamento para pessoas sintomáticas ou com teste positivo;
vacinação em dia, sobretudo entre os grupos mais vulneráveis;
realização de testes rápidos para guiar a conduta médica;
organização dos laboratórios para atender ao aumento da procura.
Expectativa para as próximas semanas
Galoro afirma que a duração do período de maior circulação viral depende de fatores climáticos e do grau de imunidade coletiva — o que inclui a adesão à vacinação.
“Uma vez que o vírus entra em circulação, tende a permanecer ativo por algumas semanas. Normalmente, esse período dura de 4 a 5 semanas, mas não há como precisar”, esclarece.
Acompanhamento em nível nacional
Os dados são processados pela plataforma de inteligência METRICARE, criada pela Controllab em parceria com a Abramed. Os resultados também são encaminhados à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para a vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde.
A Abramed reúne empresas que realizam mais de 85% dos exames da saúde suplementar no país, o que torna os indicadores fundamentais para monitorar o comportamento das infecções respiratórias no fim da primavera e início do verão.














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