O segundo vice-presidente do São José Esporte Clube, Agostinho Plaça, afirmou nesta quinta-feira (20), em entrevista ao CBN Vale Esportes, que o contrato definitivo entre o clube associativo e a Gros Participações, responsável pela gestão da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) da Águia do Vale, deve ser assinado na próxima semana.
O processo de transformação do São José EC em SAF teve início em 2022, quando Plaça presidia o Conselho Deliberativo e conduziu a mudança estatutária necessária. Na ocasião, foi firmado um contrato de intenções, seguido pela transferência provisória da gestão à Gros Participações, empresa do Grupo Oscar Calçados, administrada por Bruno Cazarine e Oscar Constantino.
A assinatura definitiva deveria ter ocorrido durante a gestão do ex-presidente Celso Monteiro, falecido em outubro de 2024, mas o processo foi interrompido devido a divergências contratuais. Com a posse da nova mesa diretora (leia mais abaixo), as negociações foram retomadas.
“O contrato já foi concluído e está com os advogados da SAF. Eles entraram em contato com o nosso jurídico, que deve se reunir na próxima semana para ajustar os pontos finais e assinar”, afirmou Plaça.
Por que a assinatura é decisiva?
Segundo Agostinho Plaça, a formalização do contrato é essencial para que a Gros Participações cumpra sua principal obrigação legal como SAF: assumir e quitar as dívidas do clube em até seis anos, prazo que pode se estender a dez anos em casos específicos.
Hoje, o passivo do São José EC é estimado em R$ 25 milhões, sendo R$ 8 milhões referentes a dívidas federais, trabalhistas e de IPTU. Parte desses débitos federais pode ser extinta, caso alguns processos sejam encerrados por prescrição, desde que o clube solicite formalmente o procedimento.
Atualmente, o pagamento das dívidas segue um acordo de 2017/2018, que determina o depósito de 20% das receitas na Justiça. Para Plaça, esse modelo é incompatível com as exigências da SAF.
“A dívida precisa ser liquidada em até seis anos, mas estamos na metade desse prazo. Se continuarmos com o sistema atual, levaríamos de 30 a 50 anos. Isso não atende ao contrato da SAF.”
Pressão pela regularização
Plaça ressaltou que a transformação do São José em SAF só ocorreu porque o clube associativo não tinha condições de honrar seus compromissos, e que a Gros Participações precisa assumir definitivamente as obrigações financeiras.
“Quem assume a SAF de qualquer clube tem que investir e quitar dívidas. Sem a assinatura, a SAF fica irregular, porque não pode apenas manter a prática antiga do São José EC.”
Ele explicou ainda que o clube opera hoje com receitas de bilheteria, sócio-torcedor, patrocínios e cotas da FPF, o que não cobre o custo anual estimado em R$ 10 milhões.
“São cinco fontes para sustentar um time, e nós só temos três. Elas não pagam o custeio do clube.”
Nova diretoria assume fiscalização
Com a SAF responsável pelo futebol e pelas dívidas, caberá ao clube associativo fiscalizar a gestão da Gros Participações. A nova mesa diretora tomou posse na quarta-feira (19) e terá mandato pelos anos de 2026, 2027 e 2028.
Diretoria empossada:
Presidente: Adilson José da Silva
Vice-presidentes: Duarte e Agostinho Plaça
Além deles, 27 novos conselheiros passaram a integrar o Conselho Deliberativo.
Foto: Nando Jr














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