Os fatores de risco modificáveis tiveram efeito ainda mais forte em mulheres, pessoas negras e indivíduos sem a mutação genética APOE ε4, que é conhecida por aumentar o risco de Alzheimer
Hoje vamos falar sobre um estudo que relaciona fatores de risco cardiovasculares ao risco de desenvolver demência e saber o que essa nova pesquisa revelou. Esse estudo, publicado no Jama, acompanhou mais de 12 mil pessoas ao longo de até 33 anos e mostrou um dado impressionante: entre 22% e 44% dos casos de demência até os 80 anos podem estar ligados a fatores de risco cardiovasculares modificáveis, como hipertensão, diabetes e tabagismo, ou seja, não estamos falando de fatores genéticos ou inevitáveis, mas sim de condições que podem ser prevenidas ou controladas ao longo da vida. O mais interessante é que o impacto desses fatores é maior quando eles estão presentes na meia-idade, especialmente entre os 45 e 64 anos. Isso mostra que cuidar desses aspectos desde cedo pode ter um efeito direto na redução do risco de desenvolver demência décadas depois.
O estudo mostrou que o impacto varia entre os grupos. Por exemplo, os fatores de risco modificáveis tiveram efeito ainda mais forte em mulheres, pessoas negras e indivíduos sem a mutação genética APOE ε4, que é conhecida por aumentar o risco de Alzheimer. Em mulheres com mais de 55 anos, por exemplo, até metade dos casos de demência poderia estar ligada à hipertensão, diabetes ou uso de cigarro. Por outro lado, acima dos 80 anos, a influência desses fatores diminui bastante. Isso reforça uma mensagem importante: o momento mais eficaz para agir é na meia-idade, quando o cérebro ainda pode se beneficiar do controle da pressão arterial, da glicemia e de outros fatores.















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