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    A bola rápida e caótica é barulhenta que bate e rebate no cérebro de quem tem TDAH e TDA

    Imagine uma bola dentro de uma sala. Em um cérebro típico, essa bola tem um percurso mais organizado: ela rola, para em determinados pontos, e retorna quando necessário. Já no cérebro de quem tem TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) ou TDA (Transtorno de Déficit de Atenção sem hiperatividade), essa bola não para de quicar e rebater em todas as direções.
    Isso acontece porque os sistemas de autorregulação neural, especialmente aqueles relacionados à atenção, planejamento, controle de impulsos e organização, funcionam de maneira diferente.
    E assim que meus pacientes sente o funcionamento de seu cérebro e como se ele não parasse nunca , ele não desliga e causa várias crises de irritação e ansiedade.
    Como funciona o cérebro no TDAH
    •O cérebro apresenta dificuldade na regulação da dopamina e noradrenalina, neurotransmissores que ajudam na motivação, foco e tomada de decisão.
    •É como se houvesse muitas bolas quicando ao mesmo tempo: uma ideia interrompe a outra, os pensamentos se atropelam, e a pessoa sente dificuldade em manter a atenção em apenas uma tarefa.
    •Surge a hiperatividade mental (não só motora), que se manifesta como ansiedade, inquietude, pensamentos acelerados e dificuldade em esperar.
    Como funciona o cérebro no TDA
    •Aqui também existe uma alteração na regulação da atenção, mas sem a presença marcante da hiperatividade.
    •A bola continua quicando, mas em vez de se mover rápido e barulhenta, ela pode ficar presa em um canto, sumir por alguns instantes e depois reaparecer de repente.
    •Isso gera esquecimentos, dispersão, falta de continuidade nas tarefas e a sensação de que a mente “desliga” sem querer.
    Quando essa “bola neural” bate e rebate:
    1.O córtex pré-frontal, responsável por foco, planejamento e controle, não consegue segurar a bola no centro.
    2.O sistema límbico (emoções) fica mais ativado, trazendo frustração, ansiedade e até culpa por “não conseguir controlar a mente”.
    3.Surge o conflito interno: querer fazer, mas não conseguir sustentar a atenção; saber o que precisa ser feito, mas sentir a mente escapar; começar várias coisas ao mesmo tempo, mas não terminar.
    É exatamente nessa hora que o cérebro sofre uma espécie de desregulação neural, em que os estímulos internos e externos parecem maiores do que a capacidade de organizar e responder a eles
    Dra Pollyana Vieira
    Neurocientista Especialista em Comportamento e Desenvolvimento Humano
    SBNeC n° 16557/21
    Psicanalista
    Analista do Comportamento – ABA

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