Apesar da percepção geral de que somos um povo solidário, a cultura de doação ainda não é um hábito consolidado no país. A pandemia, inclusive, mostrou como a solidariedade pode emergir com força em momentos de crise, mas também revelou o quanto ainda precisamos avançar para mantê-la de forma contínua. Embora sejamos rápidos em agir diante de situações de urgência, ainda temos um longo caminho para transformar a solidariedade pontual em uma prática constante e planejada.
A Pesquisa Doação Brasil 2024, levantamento do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e realizado pela IPSOS, mostrou que o número de pessoas dispostas a doar mensalmente para a mesma organização recuou, passando de 44% em 2022 para 39% em 2024. Além disso, apenas 49% afirmaram manter doações recorrentes para as mesmas instituições, diante de 55% em 2020 e 69% em 2015.
Em 2024, a AACD contou com mais de 40 mil doadores frequentes, cuja arrecadação correspondeu a cerca de 21% do valor necessário para sustentabilidade financeira da instituição. Para continuar contando com esse apoio fundamental, valorizamos a transparência em nossas prestações de contas, para que cada doador saiba da importância da sua contribuição na ampliação de estruturas, modernização de equipamentos e manutenção de atendimentos gratuitos.
Ao entrarmos na fase de planejamento para 2026, em que pensamos em como alocar recursos da melhor forma, fica ainda mais evidente a importância da cultura de doação. É fundamental reconhecer o papel estratégico das organizações do terceiro setor, que complementam políticas públicas e apoiam milhões de pessoas em áreas essenciais, como saúde, educação e assistência. Quando a generosidade é estruturada, isso fortalece a cidadania, amplia a participação social e contribui para a redução das desigualdades.
Silvia Alves Paz
Superintendente de Marketing e Relações Institucionais da AACD














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