A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (12) a Operação Caffeine Break, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso envolvido no desvio de substâncias químicas do comércio regular para utilização na fabricação de entorpecentes. A ofensiva contou com a participação de 210 agentes, responsáveis pelo cumprimento de 20 ordens de prisão temporária e 51 mandados de busca e apreensão em diversas cidades de São Paulo e no Rio de Janeiro.
As apurações tiveram início após a verificação de movimentações suspeitas por parte de uma empresa de suplementos e bebidas energéticas à base de cafeína, localizada em São José dos Campos, que realizava compras incomuns de um insumo controlado. No decorrer das investigações, outras duas companhias do mesmo setor foram localizadas. Em conjunto, elas adquiriram mais de 550 toneladas de cafeína, sem explicação comercial ou operacional plausível, utilizando notas fiscais falsas para mascarar as operações.
Durante o processo investigativo, foi identificado que um dos proprietários já havia sido detido em 2010, na Operação Opus Magna, por envolvimento em um esquema parecido. Desta vez, entretanto, ele atuava com auxílio de profissionais especializados, incluindo químicos, farmacêuticos, despachantes aduaneiros e advogados.
Além das medidas de prisão e busca, a Justiça ordenou o bloqueio de 59 contas bancárias e o sequestro de 83 bens, entre móveis e imóveis, cujo valor total pode chegar a 72 milhões de reais. Conforme a PF, os acusados poderão responder por desvio de insumos químicos e por integrar organização criminosa, crimes que, somados, podem resultar em penas superiores a 25 anos de reclusão.
O título da operação é um trocadilho com a expressão em inglês “coffee break” pausa para o café substituindo “coffee” por “caffeine”, numa referência direta à substância desviada.














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