Neste sábado (28) à noite, a cantautora Cinthia Jardim abraça, em acolhedor teatro coberto e com recursos de acessibilidade a pessoas com deficiência, no centro de São José dos Campos, um público aberto a embarcar com ela na inédita jornada musical de uma mulher em busca dos sonhos. Com uma narrativa inspiradora de 1h30 dividida em 3 atos, a artista confidencia vivências de superação e força com canções autorais que amadurecem das baladas de rock à bossa nova. Esta troca começa às 20h no Cine Teatro Benedito Alves, em show definitivo do projeto “Espetáculo 23”, que celebra os 23 anos de carreira da artista iniciados aos 23 de idade.
Em uma noite de friozinho com quase nulas possibilidades de chuva, segundo institutos de previsão do tempo, a artista garante aquecer corações com a paixão pela arte que evidencia nos tons vermelhos de figurinos e cenário e na emoção devotada à voz para revisitar uma vida transformada na adversidade –desde a juventude desafiadora, com questões de afeto, maternidade e vocação latentes, até alcançar a potência feminina resiliente em seus ideais.
Com 10 instrumentos musicais em cena, um compilado de 13 canções escritas e interpretadas por Cinthia com arranjos arrebatadores assinados por Marcelo Mariano, sob direção musical de Fernando Pontes, é apresentado pelo trio e pelo músico Lucas Andrade em momentos de tirar o fôlego –como quando a artista assume castanholas na flamenca “Cometa”. “Aprendi a tocar em quatro ensaios; só depois soube que a bisavó de quem herdei traços também as tocava. Fiquei emocionada! Compus esta música pensando nas raízes espanholas da família”, conta Cinthia.
Das exceções já gravadas do projeto, “Cometa” está no Spotify e foi incluída no repertório a pedido de João, caçula da cantora. A outra exceção é a aconchegante “Fruta Doce” (com videoclipe no YouTube), também por escolha afetiva: o pedido do primogênito, Pedro. É desta faixa, inclusive, a inspiração da hortelã na identidade visual do projeto, criada por ele.
Entre temas que permeiam dores, como culpas e silenciamentos ligados ao universo feminino, o enredo caminha para o alívio do amor tranquilo e da liberdade criativa a partir de uma virada de chave. “Eram composições guardadas, de fases da minha vida; há muito de mim nelas, mas também muito de outras mulheres, que podem se identificar e valorizar potenciais, transmutar.”
Ponto alto do espetáculo, “Gigante 23” é canção que encoraja à projeção de novos caminhos e já ganha coro com ajuda de uma corrente: com o lançamento do songbook do show, material digital com letras, cifras e partituras do repertório, muitos já interpretam a música em vídeos que chegam à compositora e geram comoção. “É emocionante receber esse retorno!”
Pouco após a apresentação do show, ainda, uma versão online de “Espetáculo 23” gravada em estúdio será disponibilizada, às 23h, no YouTube para que a obra alce novos voos além deste momento de criação –realizado com fomento do Fundo Municipal de Cultura de São José dos Campos (edital 003/P/2024), em projeto que contemplou outros três shows gratuitos na cidade (no Ponto de Cultura Espaço Balaioo, na Casa do Idoso Centro e no CET), entre maio e junho, e duas oficinas de gestão de carreira artística ministradas pela artista.
Tanto o show online quanto a apresentação ao vivo deste sábado contam com tradução simultânea em Libras e audiodescrição (no caso do audiovisual, serão lançadas duas versões diferentes, cada uma contemplando um dos dois recursos de acessibilidade). No local, ainda, haverá cartaz em braille, rampa de acesso, elevador, banheiros adaptados, poltronas para pessoas obesas e espaços reservados a cadeirantes. A direção artística é de Adriana Marques.
SERVIÇO – “Espetáculo 23”
Sábado (28), 20h. No Cine Teatro Benedito Alves (r. Rui Dória, 935, centro). Entrada franca, 12 anos. Com tradução em libras, audiodescrição, cartaz em braille, rampa de acesso, assentos para obesos e espaço para cadeirantes, elevador e banheiros adaptados. Coberto, com poltronas. Sem serviços de bar.
REPERTÓRIO – FAIXA A FAIXA
> “Palavra Solta”
A levada roqueira abre show com vigor e letra que sugerem o processo de amadurecimento de uma jovem artista em mutação
> “Qual Palavra Te Alimenta Mais?”
Balada-desabafo, carrega dores do cenário hostil e desafiador enfrentado pela mulher que se impõe à rotina musical noturna
> “Dorme”
O groove embala a narrativa de um relacionamento falido por uma rotina de comunicação violenta e abusos destrutivos
> “Carona”
A sensação de vazio da mulher não priorizada em uma relação sangra lenta nesta parceria com a artista e amiga Megh Stock
> “Era da Frustração”
Com leveza libertadora, a canção coloca no passado toda a dor da mulher que, agora, escancara o peito para se resgatar
> “Conta-Gotas”
Nesta bossa nova, escrita com Megh Stock, a artista dança com a ideia de enterrar memórias num frio arquivo secreto
> “Cometa”
Aqui, o anseio artístico desabrocha num rompante flamenco que celebra forças ancestrais na entrega da cantora à vocação
> “Fruta Doce”
O feminino flerta com o rock rural neste palatável tratado sobre a maternidade liberta de culpas pelo frescor de afeto, paz e fé
> “O Que É o Amor?”
Uma macia bossa nova sobre a idealização do amor tranquilo que começa a ser desenhada a partir de esperanças renovadas
> “Gigante 23”
Neste soft rock de esporas, a grande virada acontece: a artista se reconhece imensa e fortalecida, forjada nas adversidades
> “Infinitas Possibilidades”
Com sonoridade que passeia entre orlas e esquinas brasileiras, este cool jazz é sopro de confiança em um destino promissor
> “Menina dos Olhos”
Aqui, uma mulher segura e curada entoa entusiasmo em frases firmes sobre a decisão de se entregar a uma nova paixão
> “Pista sem Fim”
Uma ode à musicalidade encerra e define a essência do projeto “23”: o prazer da realização de sonhos, este infinito sem volta
SOBRE CINTHIA JARDIM
A cantautora é comunicóloga e produtora executiva em projetos culturais. Anteriores ao “23”, espetáculo que estreia em maio de 2025, tem no currículo autoral o show “Montanha Russa” (2015) e os discos “Beba o Novo” (2010) e “Cena de Mulher” (2008). Idealizadora da coletiva Cantautoras do Vale, circula com os shows “Reverbera” (autoral), “Saudações, Rita Lee Jones” e “Abre Alas” ao lado de Maysa Ohashi, Ligia Kamada e Julie Ramos. Desde 2021, fortalece a cena musical feminina do Vale do Paraíba Paulista por meio do projeto cultural “Cena de Mulher”, realizado pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo, e do Festival Cantautoras do Vale, cuja primeira edição foi realizada em janeiro de 2025, em Jacareí. Por meio da Cinthia Jardim Produções Culturais, ainda, realiza oficinas formativas e atua na produção executiva do projeto “Mostra de Arranjadores – Arranjando Marcus Flexa”. Com Marcelo Mariano, forma a dupla Magrela & Panceta, de repertório infantil.
SOBRE O PROJETO “23”
Espetáculo musical e autoral de Cinthia Jardim, artista que em 2025 completa 23 anos de carreira como cantora e compositora; “23” também se refere à idade com a qual começou a compor suas canções. É um resgate da essência criativa de Cinthia e uma reafirmação de seu compromisso com a cena musical independente do Vale do Paraíba Paulista. Híbrido, o projeto é composto por 4 shows presenciais, 1 show online e 2 oficinas formativas sobre gestão de carreira artística. No palco, a banda é formada por Fernando Pontes, Lucas Andrade e Marcelo Mariano. Projeto nº 034/FMC/24 beneficiado pelo edital 003/P/2024 do Fundo Municipal de Cultura de São José dos Campos. Realização Cinthia Jardim Produções Culturais.
SOBRE A BANDA
Fernando Pontes, também diretor musical do espetáculo, é pianista e tecladista de São José dos Campos. Criado em família de músicos, estudou com os maestros Osvaldo Bahia, seu pai, e Aluízio Pontes, seu tio. Tocou ao lado de grandes nomes, como Tony Garrido, Serjão Loroza, Mart’nália, Simoninha, Art Popular, Alexandre Pires, Sandra de Sá, Peninha, Seu Jorge, Mafalda Minotizzi, Izzy Gordon, J. J. Jackson, Dom Paulinho, Gabriel Moura, Bira do Sexteto do Jô e padre Fábio de Melo.
Marcelo Mariano, arranjador do repertório de “23”, é músico profissional desde 1982, apresentando-se em cidades nacionais e internacionais, como Madri, Paris e Londres. Já acompanhou a cantora Adriana Lessa, o compositor Edu Franco e foi baixista do Tunai em São José dos Campos. É arranjador dos projetos Cantautoras do Vale e Arranjando Marcus Flexa.
Lucas Andrade, guitarrista, multi-instrumentista e arranjador de São José dos Campos, acompanha nomes regionais como Lud Mazucatti, Joca Freire, Ana Morena, Cida Lima e coletiva Cantautoras do Vale, e divide palco com Fernando Pontes Group, André Leano Trio, Arismar do Espírito Santo, Vinicius Dorin e Nelson Faria. “Som à Deriva” é seu primeiro disco; no momento, lança segundo álbum em plataformas digitais. Circula com os projetos Os Andrades e Os Tupiniquins.
SOBRE DIREÇÃO ARTÍSTICA
Adriana Marques é atriz, diretora artística, palhaça, produtora cultural e arte-educadora, desde 1985. Atuou em mais de 30 espetáculos apresentados no Brasil e em países do exterior e dirigiu mais de 10 espetáculos. Desenvolve pesquisa prática voltada a Palhaçaria -que resultou em apresentação de trabalho no “World Congress on Communication and Arts” no ano de 2010 em Guimarães, Portugal. Possui vasta formação teatral, inclusive, em cursos internacionais. Consagrada com Prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival Jovem de Teatro de Campinas e com Prêmio APTC de Melhor Atriz – XVI CPT Campinas.
ISABELA ROSEMBACK














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